segunda-feira, 18 de abril de 2011
Monteiro Lobato, o criador de um mundo fabuloso
No dia de seu aniversário, 18 de abril, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil. Apenas uma mostra da importância da obra e da criatividade de um dos maiores gênios da literatura brasileira Ricardo Ampudia (novaescola@atleitor.com.br) Nenhum autor é tão representativo da literatura infantil brasileira do século 20 quanto Monteiro Lobato. Seu primeiro livro para crianças, A Menina do Narizinho Arrebitado, foi publicado em 1920 e, desde então, sua fantasia já atravessou décadas e segue para a terceira geração de leitores, em várias re-edições e até adaptações para a televisão, do mundo hiperrealístico do Sítio do Pica-pau Amarelo. Nesse lugar fantástico acontecem as aventuras de Narizinho e Pedrinho na companhia de Visconde de Sabugosa, um sabugo de milho que era um sábio, Emília, uma boneca de pano falante, Quindim, um rinoceronte domesticado e Rabicó, um porco com título de marquês. Tudo sob a tutela de uma ama negra superprotetora, Tia Nastácia, e de Dona Benta, a avó das crianças. Vislumbrado pela literatura infantil mundial, Lobato fez também Peter Pan, Alice, personagens da mitologia e até o Gato Félix passearem pelo Sítio. Por meio de linhas inventivas ou críticas, o escritor retratou um Brasil cultural e socialmente atrasado e, ao mesmo tempo, deixou-se também levar pela fantasia do imaginário infantil, no qual criou seu maior legado à literatura brasileira: a possibilidade de criar o impossível. Nascido em 18 de abril de 1882, em Taubaté, no Vale do Paraíba (interior de São Paulo), José Renato Monteiro Lobato - que, mais tarde resolveu mudar sou nome para José Bento Monteiro Lobato - já demonstrava gosto pela leitura e pela escrita desde os tempos de escola, escrevendo para jornaizinhos acadêmicos quando adolescente. Perdeu o pai aos 15 anos e a mãe, aos 16. Seguindo a vontade do avô, concluiu os estudos e cursou Direito na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo. Foi nomeado promotor público na cidade de Areias, no interior do estado, mas não exerceu a função por muito tempo. Após a morte do avô, mudou-se para Buquira (hoje Monteiro Lobato), para morar em uma fazenda que herdara. Ali iniciou sua projeção como grande escritor. Com base em personagens reais, criou o mundo fantástico do Sítio do Pica-Pau Amarelo e fez a denúncia da exclusão social com artigos para o jornal O Estado de S. Paulo. Esses textos, protagonizados pela figura de Jeca Tatu, formariam seu primeiro livro Urupês, em 1918. Entediado com a vida na fazenda e sem o rendimento esperado, vendeu a propriedade e comprou a Revista do Brasil, abrindo espaço para novos nomes de a literatura mostrar seu trabalho. Com o grande fluxo de trabalhos, o negócio cresceu e virou editora, mas fechou as portas anos mais tarde, em 1925, devido à crise da indústria nacional e clima político instável da época. Após um breve período nos Estados Unidos a serviço do governo de Washington Luís, voltou para o Brasil e iniciou uma luta em defesa do petróleo e do ferro com forte cunho nacionalista e crítico ao governo de Getúlio Vargas, o que lhe rendeu três meses na cadeia em 1940, além da apreensão e destruição de algumas obras à venda. Em meio a um clima político pesado e sob a censura, Monteiro Lobato se aproximou dos comunistas liderados por Luís Carlos Prestes. Foi à Argentina lançar alguma de suas obras e voltou ao país em 1947. Faleceu no ano seguinte, aos 66 anos, vítima de um derrame, deixando como herança mais de 30 livros publicados, uma obra reverenciada até hoje.
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